quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Erosão e Ordenamento de Território - O que são?

O nosso trabalho incide sobre a erosão da costa Oeste e sobre a previsão de uma possível subida de nível das águas do mar.

A erosão é um fenómeno que implica a remoção do material de um lugar para o outro, com intervenção de diversos agentes (agentes de erosão), razão pela qual a Terra vai lentamente modificando o seu aspecto.
Nem sempre é fácil compreender como a Terra, que aparentemente é tão firme e sólida, se altera em muitos aspectos. Como agentes erosivos temos a água, o vento, a neve, o ar húmido, a temperatura, os seres vivos, etc.
A erosão não actua continuamente sobre um primeiro e único relevo. Os agentes internos são construtivos, trabalham alternadamente com os agentes externos com tendência a estabelecer o equilíbrio. São os agentes internos que contribuem para a formação de novos relevos subjacentes aos perfis da superfície terrestre. É a fase de orogénese - conjunto de processos que levam à formação ou rejuvenescimento de montanhas ou cadeias de montanhas produzido principalmente pelo diastrofismo (dobramentos, falhas ou a combinação dos dois), ou seja, pela deformação compressiva da litosfera continental. A seguir, os agentes externos actuam com toda a energia, tendendo a nivelar os relevos. É a fase erosiva ou gliptogénese - formação de um relevo após a sua destruição por agentes erosivos. O material resultante da meteorização - processo natural de decomposição ou desintegração de rochas e solos, e dos seus minerais constituintes, por acção dos efeitos químicos, físicos e biológicos que resultam da sua exposição aos factores ambientais, é o fenómeno natural a que estão sujeitos todos os materiais geológicos quando expostos à acção combinada da atmosfera, da hidrosfera, da biosfera e da antroposfera, ocorrendo de forma permanente e generalizada em toda a superfície terrestre, não devendo contudo ser confundida com os efeitos da erosão, embora tenha frequentemente com eles uma relação estreita de causa e efeito - que se mantém desagregado no local de origem está sujeito a diversas forças. Umas são passivas ou protectoras, como a resistência das rochas aos agentes geológicos, cuja variabilidade depende dos componentes da rocha e do cimento que as liga. A altitude a que se encontra a rocha também é um factor que influencia a erosão, considerando-se o nível do mar como o ponto zero da erosão, isto é, o local onde esta se detém, não prosseguindo a partir desse nível.
Outras forças são activas ou destrutivas. Entre estas considera-se a gravidade, que tende a fazer cair todos os corpos na direcção do centro da Terra, a atracção lunar, que provoca as marés e os deslocamentos periódicos das grandes massas de água, e a radiação solar, que é um conjunto muito variado de radiações luminosas, caloríficas, eléctricas, magnéticas, corpusculares, etc. Estas são consideradas forças puras ou primárias.
A erosão tende a reduzir gradualmente as zonas salientes e a transformar a superfície em peneplanícies (ciclo de erosão). Os produtos de desagregação podem ficar no próprio lugar ou próximo dele, contribuindo para a formação do solo. Alguns são deslocados a maior ou menor distância. Podem ser transportados em suspensão ou em dissolução na água. Conforme os agentes erosivos ou as condições particulares em que se efectua, a erosão assume aspectos diferentes:

Erosão eólica: se todos os produtos da meteorização ficassem sobre a rocha mãe, acabavam por formar uma camada protectora que, inclusivamente, protegeria a rocha de uma maior destruição. Mas o vento encarrega-se de levantar continuamente esses detritos (fenómeno de deflação), pelo que o processo erosivo não pára. Além da sua função de transporte, o vento também causa erosão quando os detritos arrastados devido à deflação vão de encontro a outras rochas. Tem o mesmo efeito que uma lima sobre qualquer material, cujo desgaste será proporcional à sua dureza. Esta erosão específica denomina-se corrosão, originando rochas alveolares e blocos pedunculados.
Se os detritos com a dimensão da areia são arrastados pelo vento, no solo ficam os sedimentos mais grosseiros, constituindo-se desta maneira os regs (desertos de pedra).
As argilas e areias arrastadas pelo vento dão origem a cristais e sulcos de 10 cm a 10 m de profundidade, constituindo as dunas. As dunas conservam o mesmo perfil transversal, mas a areia desloca-se continuamente, empurrada pelo vento. Estas dunas vivas ou móveis podem ser prejudiciais para os terrenos de cultura e para as povoações.

Erosão glaciária: é provocada pelo gelo dos glaciares quando se desloca lentamente em direcção às regiões mais baixas. A acção erosiva é realizada pela massa de gelo em deslocação e pelos detritos transportados por essa massa gelada.

Erosão marinha: a superfície dos oceanos é três vezes superior à das terras emersas, pelo que a sua acção erosiva é muito significativa no modelado das costas e no depósito de material transportado pelos rios. A erosão é realizada por acção das ondas e das marés, que desgastam a base das falésias, provocando um retrocesso dos alcantilados.

O ordenamento de território consiste num processo de organização do espaço biofísico, de forma a possibilitar a ocupação, utilização e transformação do ambiente de acordo com as suas potencialidades. As regras de ordenamento do território asseguram a organização do espaço biofísico, controlando o aumento da ocupação antrópica e evitando os problemas daí resultantes.
A elaboração de cartas de ordenamento do território permite definir áreas destinadas às diferentes actividades humanas, como, por exemplo, locais de habitação, locais para a prática agrícola, zonas de interesse ecológico, etc.
Se não houvessem cartas de ordenamento de território as casas seriam construídas nas arribas perto do mar, o que teria graves consequências, pois, devido à acção dos agentes erosivos a arriba iria ficando cada vez mais pequena ficando a habitação em risco de queda.

A costa portuguesa é extensa: tem 1230 km em Portugal continental. Uma característica importante na costa portuguesa é a Ria de Aveiro, estuário do rio Vouga, perto da cidade de Aveiro, com 45 km de comprimento e um máximo de 11 km de largura, rica em peixe e aves marinhas. Existem quatro canais, e entre estes várias ilhas e ilhotas, e é onde quatro rios encontram o oceano. Com a formação de cordões litorais (acidentes que ocorrem junto à costa, constituídos por material heterogéneo, geralmente areias e seixos, resultantes do desgaste da costa ou trazidos pelos cursos de água que desaguam no litoral, que se depositam quando a velocidade das correntes marítimas diminui devido à baixa profundidade) definiu-se uma laguna, vista como um dos elementos hidrográficos mais marcantes da costa portuguesa.
É possível agrupar estas bacias Meso-Cenozóicas em dois grupos:

Bacias interiores - localizadas na região interior da margem continental e estendendo-se frequentemente para “onshore” (em terra firme):
- Bacia do Porto
- Bacia Lusitânica
- Bacia do Algarve

•Bacias exteriores - localizadas em águas profundas a Oeste e a Sul das primeiras:
- Bacia Interior da Galiza

- Bacia de Peniche
- Bacia do Alentejo
- Bacia de Sagres
- Bacia do Golfo de Cadiz

Todas estas bacias foram criadas pelos processos tectónicos que levaram à abertura do Oceano Atlântico Norte.
Destas bacias, a bacia do Porto, localizada mais a Norte, tem uma extensão de 100 km e prolonga-se para lá da fronteira marítima luso-espanhola. A bacia desenvolve-se exclusivamente no “offshore” (pouca distância da praia; afastado da praia) e cobre uma área de cerca de 2150 km2 - até à batimétrica (é a medição da profundidade dos oceanos, lagos e rios e é expressa cartograficamente por curvas batimétricas que unem pontos da mesma profundidade com equidistâncias verticais, à semelhança das curvas de nível topográfico) dos 200 m - ou 2800 km2 - até à batimétrica dos 1000 m - em águas portuguesas. Os sedimentos Mesozóicos depositados nesta bacia podem atingir os 8 km de espessura e encontram-se cobertos por uma capa pouco espessa de sedimentos Cenozóicos.
A bacia Lusitânica, localizada a Sul da bacia do Porto, é a maior das bacias interiores portuguesas e estende-se do “onshore” para o “offshore” com uma área de cerca de 22000 km2. O pacote sedimentar que a preenche, com cerca de 6 km de espessura, tem uma idade semelhante à da bacia do Porto mas apresenta uma maior espessura dos sedimentos do Jurássico, em comparação com os do Cretácico. Tal como acontece com a bacia do Porto, também aqui a espessura dos sedimentos Cenozóicos é fina.
A bacia do Algarve, com cerca de 8500 km2, fica localizada no Sul do país e estende-se pelo “onshore” e pelo “offshore”, mais ou menos paralelamente à linha de costa. Esta bacia continua para Este com o nome de bacia de Cadiz, já em águas espanholas. A profundidade sedimentar até ao soco Carbonífero pode exceder os 7 km e o preenchimento é, também aqui, constituído por sedimentos do Triásico Superior até ao Cenozóico. A espessura relativa dos sedimentos do Cenozóico e em particular do Neogénico, é superior às espessuras observadas nas duas bacias ocidentais interiores acima descritas.


Fonte: wikipedia e infopedia

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Estas fotos demonstram as alterações sofridas na costa de Peniche. Fonte: Jornal
Expresso 2009



Tróia



Peniche



Nazaré



Foz do Arelho



Carcavelos



Costa da Caparica

Sobre nós

Somos um grupo de três alunos do 12º ano da Escola Secundária c/ 3ºciclo de Madeira Torres, em Torres Vedras. Criámos este blog no âmbito da disciplina de Área de Projecto associada à disciplina de Geologia. Foi-nos proposta a escolha de um tema enquadrado nas nossas escolhas profissionais, e então, escolhemos "Ordenamento de Território e Evolução da Erosão na Orla Costeira - Zona Oeste". Como produto final deste trabalho pretendemos organizar uma exposição em que iremos expor fotografias aéreas da costa Portuguesa desde a região de Mafra à região de Peniche. Essas fotos demonstrarão os efeitos que o mar e/ou as alterações a nível de ordenamento de território foram exercendo sobre a costa. Como, para a 'construção' da exposição, não conseguimos fotos da zona que vamos analisar, decidimos criar este blog para divulgar esta necessidade. Caso tenha ou saiba onde possamos encontrar fotografias aéreas de à uns anos e actuais, agradecemos a sua colaboração. Obrigada ;)